sábado, 14 de abril de 2012

Uma palavra...




Amor light



Os Amores novos em nossa vida, deveriam ser assim:
Viriam em um avião... chegariam com um sorriso...
Se estenderiam com aquele olhar doce e profundo...
Os corpos se voltariam um para o outro, sem pudores,
As mãos se procurariam... enviando mensagens
Que até poderiam vir cifradas... interrogativas,
As vozes seriam baixas... inaudíveis... imperceptíveis...
As conversas fluiriam, sem nenhum receio de uma palavra ou...
De uma história antiga ...ou atualizada...
Mas sempre repletas da verdade... sem máculas,
Sem aquela impregnação de vergonhas...bobas... humanas.

Os planos não deveriam povoar o pensamento dos
Amores novos... em nada... ora, o que é o futuro, não é mesmo?
Não deveria haver nenhum tipo de análise:
O que faz? O que fez? O que fará? Verificar RG?
As almas que se entendem quando se encontram,
Simplesmente se entendem... e se encontram ... em todas as nuances,
A vida fica muito mais colorida, mais amena,
As cores do céu ficam muito, muito mais azuis.
Não é mesmo qualquer coisa que incomoda,
Os Amores novos nos fazem viver melhor.

Os Amores novos em nossas vidas,
Ficariam pelo tempo certo, com o carinho na medida exata,
Sem ansiedades destrutivas, mas “degustativas”,
Pois ela seria repleta de promessas... sem expectativas.
Os corações sentiriam o pulsar dessa sinfonia,
O amor, sentimento maior, chegaria em suaves prestações,
Descobertas de um universo adverso e complementar,
Esperanças renovadas em um abraço ou... quem sabe,
Se der vontade... em um longo beijo... ali mesmo,
No saguão de um aeroporto... numa redoma de vidro – a dois...
Não seria perfeito, um Amor Ligth assim?


Com cem mulheres

  


Faz como os chineses,

Procure a energia "yin",

Fica no hemisfério direito do cérebro,

Reside no místico. É mistério...

Mora no apartamento ao lado,

Pode anotar recados,

Tem o dom da recepção.

  

Também canta sob o chuveiro,

Ou quando embala um bebê,

Talvez amando o amante envolva,

É louca, sublime e selvagem

É fêmea. E artista. Bonita.



Seu riso se confunde em lágrimas

Porque chora-rindo,

Ama-iludindo,

É feliz - fingindo.



Mas, além disso, tudo,

Submete-se,

Reflete-se,

Compara-se.




Decálogo





Dia após dia,

Desiludidos dias,

Descrentes dias,

Decepcionantes decepções.



Sonhos sonhados,

Sofridos sonhos,

Sôfregos,

Saudosas saudades,

de sonhos.

  

Felizes férias,

folhas formosas,

flores floridas,

fecundas e

infindas,

fétidas e fúteis também.



Pássaros perdidos

Pressas passadas

por pesos podres

pessoas pedras.

 

Turvos momentos

Trabalho trazido

Tropeços turbilhões

De traços tortos.



Disfarço sobre

supérfluas recordações.

Poucas coisas que você

nem deixou



Descrente de tudo que

poderia ter ficado

E só o Adeus que parou.




Desconexo




Meio do caminho, pé na estrada

Seguir procurando, arfando

E docemente, muito leve

Mudo tudo e fico só te olhando...

  

Essa coisaboa que é a amizade

Tão bela, sincera, até faceira

Tenho receio, vôo leve, mansamente

Não quero que se parta: nem um pedacinho,

muito menos por inteira!



Por isso piso leve, devagar  te dou um sorriso,

Breve te acaricio, volto o tempo, paraliso,

Solto o disco, canto baixo, desconverso...



Disfarço mesmo, falo tudo e te dou o paraíso,

Meu melhor e o meu pior, não analiso,

O que vai em mim é tão profundo e

absurdamente desconexo!...



Fada


Lá vem ela

Vassoura na mão,

Cabelos desgrenhados,

sem dentes,

faceira e feliz.



Afaga o gato,

olha os peixes,

brinca com os periquitos

fazendo com que essa balbúrdia toda

Por mais incrível que pareça,

se harmonize...

  
Lá vem ela

Fuma feito uma louca,

Fala sozinha, tosse,

Traz um pano sujo,

Joga a escova,

Trabalha sem cansar

E ainda tem tempo de

não parar



Lá vem, lá vem,

Conversa filosofias,

Lê ficção científica

Não acredita em nada

que não se pode pegar,



No entanto,

Mostra espiritualidade e bondade,

Se” incoerêncializa”,

Bonita! Ela é linda!


É minha fada,

Com seus encantos de bruxa,

Com sua ternura e acalanto,

Que me prova que a vida é feita

prá gente ser feliz!

  


Fugas Fugidas 




Foges tanto, é tão grande teu medo,

Enquanto me entrego a emoção sem receios,

Te perde tanto, por entre caminhos,

E eu nos caminhos, sempre encontro um meio! 



De que adianta desligar o rádio,

dizer que não está se ficas aí sofrendo?

Tu vais perdendo todo nosso pouco tempo,

Enquanto calma, eu fico aqui te compreendendo... 



Não entendes que o que tiver que ser será?

Não entendes que murmuras meu nome aí sozinho?

E só fazes prolongar nosso castigo e sofrimento?



Porque mesmo com suas fugas fugidas, vencerá!

Sempre, o coração que foi escrito no nosso caminho,

Enquanto tu te afastas, eu espero esse momento!



Imagem 


Imagem

Imaginação

Imagine

Imaginando

Imaginativamente

O inimaginável.



Porque o que vem vivido,

Sem ser pensado,

Calculado,

Marcado,

Somado,

Nada mais é,

Nem é possível,

De se expressar.



Porque não é imaginável

Porque não é medido

Definido

Ou determinado.

É o que é,

Saudável(?)...



Não sei!

Ter alguém como você é essencial,

Em situações de realismo,

Realidade,

Sem fraudes,

Comigo mesma.



Sem máculas

Antigas

Prá procurar

Verdades.

Vantagens,

Sem neuras

Sem medos

Sem traumas

Você por você

Eu por mim

Querendo acertar

AGORA!






Incoerências



Quisera ter o dom, bom

De encobrir com sorriso tua voz

De falar sem mentiras tua ginga

Permanecendo forte, o sentimento em nós


Quisera ter certezas maculadas

O mesmo ferir da fada ou da mulher amada

Relembrando sem temores teus receios

Buscar sorrindo no público passeio



Vencendo leve tuas rugas soltas

Faltando leve a tua voz tão rouca

Buscando a fantasia e o delicioso fim



Me perco em sonhos, encontro teu sorriso

Delineio tuas esperanças, seus abraços vivos

E te amo louca, bem mansinho assim.




Internético




Outra vez a solidão pediu socorro,

Novamente sinto saudades daquilo que não vivi!

E vou em busca, pois...

O tempo não pára...

O ontem ficou prá trás...

Entro na Internet nova,

Com o velho sentimento da esperança

E entre kbytes e segredos

Permito que a intuição me dirija

Cidade, idade, posso optar,

Vou direto ao ponto, objetiva,

Penso saber o que busco...

Escolho um nick sutil, mas que fale um pouco de mim,

E na rede de perguntas,

Que invariavelmente fiz...

Você chegou... entre tantos.

A princípio conversas monossilábicas,

Depois, ignorar os outros e...

Descobrir você...

Falo,

Pergunto,

Sorrio,

Murmuro,

RS para indicar riso,

Muitos kas para gargalhar...

Você brilha entre os demais, você...



Dia a dia,

Segredos,

Fantasias escapando pelos dedos,

Falando pelo teclado.

Confiança,

O virtual se incorporando à vida.

Bilhete,

Mensagens,

E-mails,

Telefonemas...

Fotos...

Sonhos...

Promessas

A luz se exalando pela tela

A vida se formatando

Desligo o monitor

E vou clicar no Amor...?




Maria




Onde foi Maria,

Que não gostava de poesia,

Que escutava seus gritos

aflitos do cotidiano,

Que adornava-se em folhetos

pelo Carnaval?



Onde foi parar Maria,

Aquela que não tinha

tempo para a poesia,

Pois do alvorecer ao

fim da tarde,

Esfregava o ladrilho,

cheirava a comida

e a sabão em pó?



Onde ficou Maria,

Que achava que a vida solidão só havia,

Quando no aperto do ônibus,

um alguém se esfregou


Onde foi parar

a simples Maria,

Que da patroa tantas repreensões,

da rotina pela primeira vez reclamou,

Que a vida uma vez

um sorriso lhe deu ? 


Ah, a Maria...

A Maria da lata, da batata e detergente

A Maria carência...

A Maria sorria,

Vestida ilusão...



A Maria tai,

Anda lendo poesia,

Desta vez foi a vida,

Que uma vez fracassou...




Meios

Meias palavras,
Meios pensamentos,
Meios amigos,
Meios jogos,
Meios sonhos,
Meias esperanças,
Meios escrúpulos,
Meias tristezas,
Meias alegrias,
Meios diálogos,
Meios homens,
Meios monstros,
Meios mundos,
Meios de comunicação,
           de exaltação
           de expressão,
           de reprovação
           de manipulação,
           de gozação,
           de coordenação.
Meios de egoísmo,
           de desilusão,
Meios de tempestade,
Meios de sol,
           de tempo,
           de vento,
           de chuva,

Meios enigmáticos,
           concretos,
Meio ambiente,
Meios de anulação,
Meios de devoção,
Meios de tudo e
           de um todo,
Meios de nada
Nada em meios,
Meios tudo
e eu vou.
E vem depressão,
E vem desespero,
E vem desejo,
E vem tantos e quantos,
Em meio a solidão
E vem poucos e certos
E vem  desertos também.
E nesse sonho maduro,
Em meios ilusórios e tristes,
Em meios frios e descrentes,
Parto pro nada,
prá vida,
Vou “desabrindo” o vazio
E...sigo...




Migalhas



Migalhas

É com isso que eu me contento

E me sinto feliz

Mas como?

Você é mulher!

Migalhas...

É com isso que eu decididamente me contentei!

Mas se a felicidade era tanta,

Como você podia lembrar de repente, que você é mulher?

Você esperar?

Indefinidamente?

Pelas migalhas sempre?

Migalhas...

E o que são elas, se você tem tanta fome

e tanta ânsia de ternura?

Migalhas...

Você sempre se propôs a esperar por migalhas...

Ouça bem... sempre

E foi isso que você quis?

Não, jamais você quis migalhas

Então, prá quê? Por quê?

Migalhas é com o que você se contenta.

Migalhas é o que você se destina a aceitar dele, sempre...



Ou...

Porque então você não define esta situação e

Pede que ele ao menos deixe de te dar estas míseras migalhas?

Você espera o que?

Se nem uma esperança dele te alimentar total, você tem?

Idiota é você! Migalhas é você mesma!

Medíocre é o que você se contenta, com o nada que ele te dá...

e o pior...o muito que vai pra quem ele gosta

Vamos! Deixe de ser migalhas!

Deixe de ser covarde!

Enfrenta isso de frente e acredita que é bem melhor,

deixar de esperar por migalhas, porque o teu

coração merece muito mais que  farelos

Acredita em você!

Onde foi parar toda a confiança de sempre?

Onde está todo o teu amor próprio (você perdeu)

Deixa de se preocupar com os outros e

uma vez ao menos pense em você.

Joga tudo pro alto e joga sujo também.

Sede egoísta uma vez.

E deixa de lado isto que no fundo não te contenta.

Você não pode ser migalhas a vida toda!




Permito




Eu te permito

Acordar-me no meio da noite

Procurando meu corpo cheio de sede

De mim, dos meus seios, dos meus lábios...

e eu vou estar dos teus!



Eu te permito

Sanar nossas sedes e fomes

Com teu corpo, tua alma, teu eu todo,

Suado, molhado, cheio de desejo,

Por que eu também te quero assim...

tão forte e uníssono!



Eu te permito

Olhar-me, falar-nos, trocar confidências,

Risos, lágrimas, buscar nossas saudades,

Ir além do comum e cotidiano,

Caminhar por vielas curvilíneas e secretas...

(do pensamento e do insondável também!)



E eu te permito ainda,

Decolar comigo nesse vôo livre,

Insubstituível e palpável,

Vôos loucamente desfrutáveis,

Da mais pura beleza, da mais franca clareza,

Vôos que terminam em mergulhos,

Na magia terna de um simples alvorecer...





Querências




Não há convenções partidárias,

Nem há leis, nem política,

Não há clima de guerra,

Nem cismas, nem rimas

Naquilo que a gente sente,

Nesta coisa que chamo de paixão. 



Fujo de convencionalismos sociais,

Para apenas pretender,

A tua hora de descanso do almoço, seus minutos,

Teus fins de tarde cansados,

Uma madrugada qualquer de qualquer dia,

Sem propriedades ou maldades,

Talvez um pouco de veneno,

Uma pitada gostosa de malícia,

O querer sem balanços ou metragens,

A vida vindo calma, sem pressa,

Um momento de total insensatez,

A beira da loucura, entregues,

A noite de luz pura, alegres,

A roda viva serena nas inibições,

O suar arfado e o delirante,

bater forte de nossos corações...







Rotina




Arrancamos

As máscaras após o dia,

Arrancamos roupas

Envolvemos a toalha

E sob a água fria

Balanço...



Lampejo de olhares

Sorrisos

Reflexos de conversas,

Reconversas,

Análises,

Boas

Más ações

Ah, aquele filho da...

Que me fechou

me engoliu

No trânsito...



Aquele cliente

De idade avançada,

Gente, gente, Sr. Geraldo velhinho,



A vida o espiritualizou,

Sequência...

Água do banho

Lavo a alma,

Hoje to tão cansada,



É dia de namorar

Mas que moço é esse,

Que não vem!

Sou eu que não sei...

Ah! Nem sei...

Adoro o perfume

Deste sabonete

É cítrico...

Maciez da toalha

Que seca, minha nudez,

Mudez às perguntas,

Preciso voltar prá análise,

Preciso procurar,

E encontrar...

Que bom! Poder sentar na frente da TV

e sem querer... adormecer..





Sensibilidade




A verdade dita a meia luz,

O sonho que era só fantasia,

Me trouxe a paz tão esperada,

Carinhos, beijinhos e alegrias.

  

Quanto tempo estive procurando, tateando,

Via em cada despontar, uma canção,

E pela própria luminosidade do momento,

O palpitar mais forte do meu coração...



Abri as tramelas e as portas emperradas,

Vigiei os sonhos para não acordar assustada

Velei minha mágica e conquistada sensibilidade.



Enfim, você chegou para comigo partilhar,

E sinto que parece que desta vez serei amada,

O merecido momento de cultivar minha serenidade...






Seu toque



Seu leve toque vai me seduzindo,

Por entre lembranças que fujo consciente,

Nem sei ao menos como nos deparamos,

Fui encontrando um outro eu... contente.



Era a novidade, os seus olhos me buscavam,

E em meus sonhos  o quanto me alcançava,

Confesso, a razão me desiludia,

No entanto, o coração me atiçava



E agora que pressinto um momento,

Não ouso estrada prá arrependimento,

Penso no aqui e agora que pode chegar,



Na verdade, foi há muito tempo,

Eu via medo, onde havia vida,

Eu queria a vida, no sonho de amar.





Suavidade



Foi a sua lembrança

Que hoje me suavizou

Embora eu tenha notado (pela primeira vez)

Suas unhas roídas

Tenha percebido (talvez...)

Um lance de vida.


E muito mais além,

Eu tentei extrapolar,

A sua sensibilidade.

Mecânica: colocada em lugar...

errado (no pênis!)

poema atravessado,

uma porta da porta

aberta do que alguém

marginalizou.

Resquícios,

estava explícito

o verbo...

Lembranças.

Exposto nos meus versos...

Suavas a camisa,

na testa e sonhavas.

Mas embora

Não seja um jogo marcado,

O dado que rola é um dado,

E dona Sorte no teu

sorriso brincou.

Foi observando a cadência

marcada

manchada e

machucada

que ainda... mesmo assim...

foi a sua lembrança

que me suavizou.





Tecelão




Você teceu a luz

E que branda e branca ela é,

Vestida em trajes ocasionais,

Desfilado sobre mistérios...



Luz de gênios,

Luz natural,

Luz temporal,

Luz amor,

Luz sabedoria,

Luz de vida!



Você fiou o fio de luz,

Poético, suave e sensível,

imaginário e real,

Sem profecias.



Você buscou

na essência de sua própria luz,

a singularidade

do mundo e

de Deus.

Mas que tecelões vocês!...


 


Teias




Queria tal qual a aranha,  inseto traiçoeiro

Emaranhar você em minhas malhas finas,

Te enredar, jogar e te sugar inteiro,

Desvendar mistérios, segredos e rimas...



Confundir tudo, vivendo a loucura,

O momento corpo, sem grandes perguntas,

Mas esse não é o ideal caminho,

Para que duas pessoas permaneçam juntas!



Quero mesmo o encanto fundo,

Das corsas, dos coelhos, dos passarinhos,

Enquanto tantos voam, fico ainda à procura do meu ninho.



Não perco a fé, nem a esperança nunca,

Vou feito criança que se entrega ao brinquedo sem medos,

Que acredita no mundo, em Deus e em seus segredos!...



Volta e meia




O mundo tem dado tantas voltas,

E sempre (já reparou?) acabamos nos batendo,

Às vezes me sinto pequenininha perto de você,

Pelas mil bobagens que sem querer acabo te dizendo!



Vou tropeçando aqui e ali e não te esqueço

De repente desenho teu perfil e hesito

Sua imagem me domina inteira e enlouqueço

Quero ter você comigo (e não você prá mim!), mas sufoco o grito!



Não podíamos sempre tentar ser feliz assim?

Não podíamos ter domingos tão lindos como o de hoje?

Sem cobranças, sem receios, sem besteiras?



E eu vou pisando sempre lenta, vou tentando,

Mesmo sem certezas, sem clarezas, vou levando,

Porque devagarinho, com esperança, volta e meia,

acabo sempre nos teus braços, só você amando...












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